Eu ontem andava a saltitar por entre os vários blogs que tenho por hábito visitar e adorei este que a Pipoca escreveu... well done, eu não saberia escrever tão bem, este que não é sobre mim é tão igual a mim que não resisti “re-pubilca-lo”... (espero que a Pipoca não se aborreça comigo :s)
“Par ou Ímpar?
Viver sozinha num mundo inventado para ser vivido a dois significa ficar de fora em muitas circunstâncias. O ímpar sobra, o par ganha um novo sentido...
À custa de umas quantas cabeçadas percebi que não preciso que um homem me diga se sou feia ou bonita, vulgar ou especial. Posso percebê-lo sozinha... Da mesma forma, passo muito bem sem os ursinhos de pelucia a segurar corações, sem os postais com cupidos coradinhos, sem os tradicionais jantares à luz de velas e sem bombons - menos calorias, tanto melhor... Mas a verdade é que adorava viver em pleno o Dia de São Valentim, com todas as lamechices e piroseiras que isso implica. Aqui me confesso tão romântico-pindérica quanto todas as outras.
Que me lembre, só tive uma surpresa num dia dos namorados (já nem sei de que ano, mas certamente no século passado), por isso, este é só mais um em que fico a ver navios, neste mundo onde as coisas só fazem sentido aos pares.
As mesas mais pequenas de qualquer restaurante estão postas para dois. Os bancos da roda gigante de qualquer feira são para dois. Os automóveis, no mínimo, tem dois lugares. As motas levam dois no mesmo assento... As laterais de todos os cinemas têm duas cadeiras. Os convites para as festas são duplos. Os bancos de jardim até podem dar para quatro, mas para um é que eles não foram criados. E, os bons quartos de hotel têm camas de casal... ou duas camas! Está mal... Com a quantidade (alarmante e crescente) de gente sozinha que por aí anda, já alguém devia ter pensado em soluções ímpares. Deixo aqui o desafio e não me venham com a história das bicicletas, porque disso também já há para dois.
De qualquer modo, quer eu queira quer não, o São Valentim está a ganhar contornos de Pai Natal e também ele se acha no direito de invadir a mente dos publicitários e comerciantes deste nosso cantinho à beira mar plantado, e por conseguinte, tudo o que o nosso olhar alcança está salpicado de romantismo. É que depois dos azevinhos, das bolas e dos brilhos, que nos lembram a toda a hora que o Deus dos católicos nasceu, vêm os corações, os anjinhos, as rosas, atirar-nos à cara que há por aí gente apaixonada que deseja mostrar ao mundo a sua condição! Isto é demais, especialmente porque se Jesus Cristo é como o Sol e nasce para todos, o São Valentim, esse grande pinga-amor, não é para quem quer é só para quem pode.”
A Pipoca disse tudo...e eu mais uma vez relembro aqui que ser romantico não é kinky, não está fora de moda nem é pindérico e por isso tal como ela disse eu sou-o tanto quanto as outras e ainda gostava de conhecer uma menina/melher/senhora que não tenha um lado romantico e que não fique particularmente tocada com este dia... ficamos todas e sem excepção a pensar no e se...
Aqui a moral da história e o mais importante não é pensarem que são infelizes se não tiverem alguem para este dia e para os outros, epah isto de colocar a nossa felicidade nas mãos dos outros é muita responsabilidade para a outra pessoa, que o mais provável é fugir, e uma burrice por parte de quem o faz. Todos nós, e isto tanto é para elas como para eles, somos auto-suficientes, somos capazes de nos sentirmos felizes mesmo quando estamos sozinhos porque na realidade não o estamos (percebem o que eu quero dizer?), temos que ser capazes de nos levantar todos os dias e ficarmos bonitos para nós, de irmos ao cinema quando nos apetece e não só quando temos companhia (ok eu não gosto de ir aao cinema sozinha mas é só porque depois falo com quem??).
Ursinhos de peluche? Epah fazem alergias E eu “tão bem melhor” mimarmo-nos a nós próprias...reparem as vantagens: só vamos levar para casa coisas uteis (ok nem sempre), não vamos errar no número nem na cor, sabemos exactamente o que não precisamos e o que os iria realmente fazer felizes...é só vantagens ah ah ah. Mas com isto não quero dizer que sou uma feminísta anti-homens, pelo contrario porque gosto muito deles, espero que percebam a real intenção deste post, com date ou sem date podemos estar bem e sem dramas!
Obrigada Pipoca pela inspiração,
Jo